quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O encadeamento dos projetos

Acredito que este assunto seja especialmente interessante àqueles envolvidos, de alguma forma, com projetos relacionados à edificação, como  eu. No  mínimo nos estimula a buscar a melhor sequência de execução dos  projetos, visando reduzir tempo de projeto e erros. 

Bem, os projetos  que tive a oportunidade de desenvolver e outros que  acompanhei ou executei, me levaram a formar uma visão particular da questão, que resultou no fluxograma da figura. É apenas um modelo simplificado da vida real com suas diversas retro-alimentações que permitem aos projetistas convergirem para o resultado final. A ideia é discutir a questão. Estou dando o pontapé inicial. Quero conhecer o ponto de vista do prezado leitor bem como suas eventuais discordâncias. Comente à vontade.



A compatibilização dos diversos projetos é uma operação mandatória dentro do processo de criação de uma edificação. A figura mostra um encadeamento de projetos, em um formato de fluxograma, com cinco grupos de projetos, cujo objetivo é reduzir o trabalho de compatibilização e a probabilidade de erros de projeto.

Como o projeto OSD está inserido nesse processo e como ele se relaciona com os demais projetos da edificação?

O crescimento da importância da rede interna de comunicação, áudio, vídeo e  automação, dentro de uma edificação, levou o projeto da instalação elétrica a ser o último na cadeia executiva, pois somente com as informações de todos os demais projetos é possível desenhar a rede elétrica interna.

A instalação elétrica deve atender às necessidades criadas pelo projeto OSD (comunicação de dados, áudio, vídeo e automação). Por exemplo, a instalação elétrica deve levar alimentação a todos os locais em que serão instaladas os monitores de TV, onde há pontos de rede para conexão de computadores  e outros equipamentos.

Da mesma forma que o projeto OSD depende do design de interiores e da luminotécnica, a instalação elétrica precisa conhecer as necessidades do projeto  OSD.

Tudo começa pela criação arquitetônica que, ligada ao cálculo estrutural, define a genética fundamental da edificação.

Em seguida vem o segundo grupo de projetos: os mecânicos: climatização, água e esgoto e aspiração central. Este grupo precisa estar compatibilizado antes do próximo grupo entrar em ação. A compatibilização do grupo mecânico sem dúvida é  importante pois é forte a ocupação de espaços, o que justifica seu destaque na figura, com um bloco tipo  "And". Durante todo processo, entretanto, deve haver um procedimento definido para que os projetos sigam se compatibilizando.

Logo depois vem o grupo dos estéticos, onde são definidas as posições dos móveis e equipamentos da áudio e vídeo, entre outros aspectos, fundamentais para o desenvolvimento do projeto OSD.

Com as definições das posições dos móveis, equipamentos AV e luminárias, será possível  definir os pontos de  terminação de rede, as posições de entrada e saída da automação e outros aspectos pertinentes ao  projeto OSD.

Finalmente, o grupo dos elétricos completa o pacote, em sintonia com os demais projetos que dele serão clientes.

A questão do aterramento normalmente é tratada, de forma global, no projeto SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas) e, particularmente, no projeto da rede de comunicação.


Um comentário:


  1. Um leitor me enviou um e-mail com uma observação muito interessante, a qual transcrevo aqui:

    "O melhor eletrodo de aterramento são as fundações do prédio, ou seja, ferro e concreto em contato com o solo. Portanto, é importante prever no projeto estrutural / civil uma estrutura metálica com continuidade para fazer o papel de equalização de potencial nos andares e servir como subsistema de descida até o eletrodo de terra. Esse aspecto elétrico deve ser pensado antes"

    Perfeita observação. O assunto deve ser pensado na fase de projeto, sem dúvida, e todos os projetos devem estar prontos antes do início da obra.

    Aproveito para ressaltar que o fluxograma deste artigo mostra que há projetos que precisam de informações de outros. O diagrama representa a interdependência dos projetos e não a sequência de execução.

    Confira a postagem:
    ""Concretagem e Aterramento"" de 28 de julho de 2012

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