Acredito que este assunto seja especialmente interessante àqueles
envolvidos, de alguma forma, com projetos relacionados à edificação, como eu. No
mínimo nos estimula a buscar a melhor sequência de execução dos projetos, visando reduzir tempo de projeto e
erros.
Bem, os projetos que tive a
oportunidade de desenvolver e outros que
acompanhei ou executei, me levaram a formar uma visão particular da
questão, que resultou no fluxograma da figura. É apenas um modelo simplificado
da vida real com suas diversas retro-alimentações que permitem aos projetistas
convergirem para o resultado final. A ideia é discutir a questão. Estou dando o pontapé inicial. Quero conhecer o ponto de vista do prezado leitor bem como
suas eventuais discordâncias. Comente à vontade.
A compatibilização dos diversos projetos é uma operação
mandatória dentro do processo de criação de uma edificação. A figura mostra um encadeamento
de projetos, em um formato de fluxograma, com cinco grupos de projetos, cujo
objetivo é reduzir o trabalho de compatibilização e a probabilidade de erros de
projeto.
Como o projeto OSD está inserido nesse processo e como ele se
relaciona com os demais projetos da edificação?
O crescimento da importância da rede interna de comunicação,
áudio, vídeo e automação, dentro de uma
edificação, levou o projeto da instalação elétrica a ser o último na cadeia
executiva, pois somente com as informações de todos os demais projetos é
possível desenhar a rede elétrica interna.
A instalação elétrica deve atender às necessidades criadas pelo
projeto OSD (comunicação de dados, áudio, vídeo e automação). Por exemplo, a
instalação elétrica deve levar alimentação a todos os locais em que serão
instaladas os monitores de TV, onde há pontos de rede para conexão de
computadores e outros equipamentos.
Da mesma forma que o projeto OSD depende do design de
interiores e da luminotécnica, a instalação elétrica precisa conhecer as
necessidades do projeto OSD.
Tudo começa pela criação arquitetônica que, ligada ao cálculo
estrutural, define a genética fundamental da edificação.
Em seguida vem o segundo grupo de projetos: os mecânicos: climatização,
água e esgoto e aspiração central. Este grupo precisa estar compatibilizado
antes do próximo grupo entrar em ação. A compatibilização do grupo mecânico sem
dúvida é importante pois é forte a
ocupação de espaços, o que justifica seu destaque na figura, com um bloco
tipo "And". Durante todo
processo, entretanto, deve haver um procedimento definido para que os projetos sigam
se compatibilizando.
Logo depois vem o grupo dos estéticos, onde são definidas as posições
dos móveis e equipamentos da áudio e vídeo, entre outros aspectos, fundamentais
para o desenvolvimento do projeto OSD.
Com as definições das posições dos móveis, equipamentos AV e luminárias,
será possível definir os pontos de terminação de rede, as posições de entrada e
saída da automação e outros aspectos pertinentes ao projeto OSD.
Finalmente, o grupo dos elétricos completa o pacote, em sintonia
com os demais projetos que dele serão clientes.
A questão do aterramento normalmente é tratada, de forma
global, no projeto SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas) e, particularmente,
no projeto da rede de comunicação.
ResponderExcluirUm leitor me enviou um e-mail com uma observação muito interessante, a qual transcrevo aqui:
"O melhor eletrodo de aterramento são as fundações do prédio, ou seja, ferro e concreto em contato com o solo. Portanto, é importante prever no projeto estrutural / civil uma estrutura metálica com continuidade para fazer o papel de equalização de potencial nos andares e servir como subsistema de descida até o eletrodo de terra. Esse aspecto elétrico deve ser pensado antes"
Perfeita observação. O assunto deve ser pensado na fase de projeto, sem dúvida, e todos os projetos devem estar prontos antes do início da obra.
Aproveito para ressaltar que o fluxograma deste artigo mostra que há projetos que precisam de informações de outros. O diagrama representa a interdependência dos projetos e não a sequência de execução.
Confira a postagem:
""Concretagem e Aterramento"" de 28 de julho de 2012