Como duas redes internas se conectam por meio da Internet?
Sua casa, seu escritório ou uma grande corporação como a Petrobrás ou o
Facebook são semelhantes nesse aspecto: todos possuem uma rede interna.
A Internet é um grande
conglomerado de provedores de serviço (ISP = Internet Service Provider) interligados, aos quais estão conectadas as redes internas e os dispositivos
móveis. Cada provedor possui uma rede própria chamada de Sistema Autônomo (AS =
Autonomous System).
A conexão de uma rede interna a um provedor se dá por meio de um acesso
de dados, físico ou via rádio (veja matéria anterior), por meio de um
equipamento chamado de “roteador de saída” ou “gateway”.
Pela figura vemos que a Rede Interna “A” contratou o Provedor “2” e a
Rede Interna “B” contratou o Provedor “3”.
O gateway da rede interna se liga a um dos roteadores do provedor
(em vermelho na figura). A partir desse ponto, os dados dessa rede interna
podem alcançar qualquer outra rede interna passando por um ou mais ISPs.
O sistema de endereçamento que permite o encaminhamento correto dos
dados para o local desejado é parte do protocolo TCP/IP, utilizado pela
Internet, onde cada interface física de qualquer equipamento deve ter um endereço
IP que a identifique perante a rede.
O endereço IP é formado por quatro números decimais, separados por
pontos, que podem ir de zero a 255 (exemplo: 192.168.12.86), representando um único
número binário de 32 bits.
Há dois tipos de endereço IP:
- Endereço interno (privado)
Somente pode ser utilizado na rede interna. O
protocolo IP define três faixas de endereços especialmente reservados para
endereçamentos internos, ou seja, o técnico ao ver o endereço IP sabe se é
interno ou externo. Desta forma esses endereços podem se repetir em várias
redes internas.
- Endereço externo (público)
Para ser utilizado na rede externa. Cada endereço IP é
único na Internet. Ele identifica exatamente o destinatário.
Quando se contrata um provedor para que a rede interna tenha acesso ao mundo, esse provedor fornece um endereço IP externo que será o endereço externo do gateway (roteador). Cada provedor tem uma cota de endereços para distribuir a seus clientes.
Há duas formas de o provedor atribuir esse endereço IP:
- Fixo
O endereço é sempre o mesmo. Uma vez atribuído não
muda mais. A vantagem é que essa rede interna pode gerar algum serviço para a
Internet, já que possui um endereço fixo e pode ser encontrada sempre no mesmo “lugar”.
- Variável (dinâmico)
O provedor muda o endereço segundo alguma regra dele.
Desta forma não há como gerar conteúdo. Um exemplo é quando a localidade deve
ser encontrada para fornecer a imagem de uma câmera de vídeo monitoramento. Não
há como encontrar a câmera, já que o endereço muda sempre, mas há um serviço de
caixa postal, disponível na Internet, que serve de intermediário: o usuário entra
em contato com a caixa postal (que possui endereço fixo) que, por sua vez, sabe
o endereço da câmera porque fica o tempo todo “perguntando” a ela. Um exemplo de caixa postal é o DynDNS. Alguns
sistemas avançados, como o SIGView da Rhox, também executam essa função. Esse
artifício supera o problema, mas não garante o perfeito desempenho.
O endereço completo de comunicação entre dois pontos usando o protocolo
TCP/IP (como é o caso da Internet) é formado por duas partes: IP (32 bits) e TCP (16
bits). Fazendo uma comparação rústica, é como se o endereço IP fosse o
endereço de um hotel e o endereço TCP o número da porta do quarto.
Quando um aplicativo da rede interna quer se comunicar com o mundo
externo, seu endereço interno deve ser traduzido para endereço externo
(público). Esta função é executada pelo roteador. Assim, uma rede interna com
um único endereço IP pode ter 64.000 conexões externas, usando o endereço
completo com o IP externo.
Segundo a Nation Master atualmente há 12.773 provedores no mundo. Os Estados Unidos lideram, com mais
de 50%. Segundo esse mesmo site, há 50 provedores no Brasil.
Outro dado interessante, mas aparentemente
desatualizado, fornecido pela Nation Master é a velocidade média de acesso por
habitante: o líder é a Dinamarca, com 34,9 Mbps para cada grupo de mil
habitantes. Os Estados Unidos está em 23º lugar, com 3,3 Mbps (10 vezes menor
que a Dinamarca) e o Brasil, com 149 kbps para cada grupo de mil habitantes,
nos coloca na 70º posição do rank.
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