domingo, 27 de janeiro de 2013

Acabamento das terminações de rede


As terminações de rede pela edificação podem comprometer a estética definida pelo arquiteto, principalmente se não for dada a devida atenção durante a fase de projeto, especificando bem as posições dessas terminações e definindo caixas e espelhos apropriados.
A figura 1 mostra uma caixa de terminação de rede com o painel recuado, que, além de melhorar a estética, protege os conectores e pode receber uma tampa que se encaixa, escondendo completamente os conectores se não estiverem sendo utilizados.
Figura 1
A caixa mostrada na figura 1 possui um conector HDMI, além de outros para dados, áudio e vídeo.
As denominações 4x2 e 4x4, utilizadas para as velhas caixas embutidas que acomodam as terminações, já não são suficientes para uma especificação adequada.
O capítulo 9 do livro, “Terminações e Estética”, mostra que, na maioria dos casos, as caixas com profundidade menor que 9 cm prejudicam a ligação dos cabos aos conectores de terminação, trazendo problemas futuros de desempenho e manutenção, principalmente quando se quer terminações do tipo HDMI, VGA ou USB.
Outra questão a ser observada é a largura da caixa. Muitas vezes será preciso utilizar caixas mais largas, além dos 10 cm do padrão 4x4.
Essas caixas especiais para instalação de rede integrada podem ser encontradas na Rhox Networking (tel. 61-3051-5800) que possui modelos importados, como os apresentados nas figuras 1 e 2, além de modelos desenvolvidos e produzidos no Brasil.
Figura 2
 Essas caixas com maior profundidade podem ser instaladas em alvenaria ou em paredes de gesso acartonado, observando-se as devidas espessuras.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Por que minha rede está lenta?



Quando você está em uma determinada rede interna e tem a sensação de que a velocidade de resposta da Internet, de modo geral, está muito lenta em relação ao que você está acostumado para essa posição, há forte chance de que um dos elementos no caminho dos dados seja, destacadamente, o principal responsável.
Na maioria das vezes, entretanto, nossa percepção de velocidade nos engana, por se basear em vários aspectos subjetivos como, por exemplo, nossa pressa naquele momento.
Para ir de um ponto a outro, os dados passam por diversos elementos que, sequencialmente, os manipulam de alguma forma.

As comunicações digitais atuais se dão pela modalidade “comutação de pacotes”, ou seja, os bits de dados são agrupados em pacotes e assim trafegam pelas redes. Pacotes IP, TCP, UDP, RTP(VoIP), HTTP, Ethernet, HDLC, Frame Relay, entre outros.

Latência
O intervalo de tempo total, decorrido entre o início da entrada de um pacote de dados em um dispositivo e o início da saída desse pacote é denominado “latência” do dispositivo. Esse tempo (tempo de trânsito) é composto de três parcelas:
1)  Tempo para o dispositivo processar o pacote de dados
2) Tempo em que os dados ficam esperando em filas internas
3) Tempo de propagação do pacote no dispositivo (comprimento do pacote em bits dividido pela velocidade de transmissão em bps)

Então, alta latência não significa necessariamente baixa velocidade. Comparando com um trajeto de automóvel na cidade, a latência é o tempo que levamos da origem ao destino e esse tempo não depende só da velocidade do veículo, mas também de quantos sinaleiros encontraremos pelo caminho e do tempo que eles nos obrigam a ficar esperando.
Cada elemento age como um funil. Quando sua capacidade de transferir os dados é atingida, o funil vai enchendo mais rápido do que esvazia, aumentando a latência. Imagine uma fila, onde cada pessoa (equivale a um pacote) deve esperar por sua vez. Se, durante esse tempo, o tráfego de entrada não diminuir, pode haver perda de pacotes quando a memória (buffer) do dispositivo se esgotar. Fenômeno semelhante ocorre quando jogamos água em um funil com um balde: se jogar demais transborda.
A figura mostra simplificadamente os principais elementos. Podemos considerar a placa de rede do computador como sendo o primeiro funil. Cada placa tem sua limitação. Uma placa de 100 Mbps transmite, em geral, de 400 a 900 kbps, dependendo principalmente de sua capacidade de processamento e do tamanho do pacote (quantos bits). As placas de 1 e 10 Gbps também só conseguem transferir uma parte do valor nominal da rede.
Como a placa de rede interage com outros dispositivos internos do computador, como o disco rígido, estes também podem também limitar a velocidade de transferência dos dados.
Um trabalho de Hurwitz e Wu-chun Feng apresenta detalhes sobre o desempenho de uma placa de rede de 10 Gbps, mostrando que ela consegue operar no máximo a 3,9 Gbps.

      O segundo funil é o cabeamento. Veremos adiante que uma rede com baixa taxa de erros é importante para transmissões em alta velocidade e isto deve começar com um bom cabeamento. Daí a primeira explicação de por que os fabricantes recomendam cabeamento categoria 6 e não 5e, sendo que ambos suportam transmissão a 1 Gbps: o cabeamento categoria 6 oferece menor taxa de erro. Este funil é passivo, portanto sua latência é somente o tempo de propagação.
O próximo funil é a rede de equipamentos ativos que transportam os dados dentro da rede interna. Quem sabe em outra matéria falamos mais sobre isso?
O roteador de saída é um vilão famoso nas redes de pequeno porte e nas residências, onde se opta pelo baixo custo. Não economize no roteador.
A seguir vem o enlace do provedor. Mesmo que a velocidade do enlace seja exatamente a que você contratou, digamos 10 Mbps, na verdade isto pouco ajudará se houver um funil mais apertado no caminho.
Logo de entrada, na rede do provedor, os dados chegam ao primeiro roteador que pode estar ligado a diversas redes remotas e, por isso, está também sujeito a congestionamento. E assim a história se repete pela Internet até o destino de seus dados.

Eficiência da comunicação
A comunicação ocorre com os dados agrupados em pacotes e cada pacote possui certa quantidade de bits de controle que depende do protocolo utilizado. A eficiência do pacote é a divisão da quantidade de bits de dados pela quantidade total de bits do pacote. Portanto, considerando que não há erro de comunicação, quanto maior o pacote, mais eficiente fica a comunicação.
Então, para aumentar a eficiência da comunicação os protocolos utilizam pacotes cada vez maiores. Consequentemente, a rede deve oferecer uma comunicação com baixa taxa de erro a fim de se evitar retransmissões, senão o tiro sai pela culatra.

Tempo de resposta
O tempo de resposta da rede é o intervalo de tempo entre a emissão de uma requisição até o recebimento da resposta. Ou seja, é a soma dos seguintes tempos:
1)    A latência total (ida e volta) da rede entre os dois pontos
2) Tempos gastos em retransmissões devido a erros de   comunicação
3)   Tempo de processamento do servidor remoto

Tudo o que foi falado vale também para acesso aos servidores da rede interna. A diferença é que, no caso da rede interna, as latências são pequenas e só conseguimos perceber alguma diferença quando o problema é realmente grave.

Conclusões:
1      Tempo de resposta” é o tempo decorrido entre a emissão de uma requisição e o recebimento da resposta;
2       Velocidade é medida em bits por segundo (bps);
3       Latência” é o tempo de trânsito pelos elementos considerados. A latência depende da velocidade, mas inclui também os tempos de processamento dos dispositivos envolvidos e os tempos de espera nas filas;
4     Quanto maior a velocidade, melhor deve ser o cabeamento;
5      A rede interna deve estar balanceada tecnologicamente, o que significa calibrar o tamanho de todos os funis internos;
6     De que adianta uma excelente placa de rede se o computador tem um acesso lento ao seu disco rígido?

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Apresentação sobre cabo irradiante


Prezados, voltando ao assunto publicado em 24 de novembro, "Wireless com Fio", acabo de disponibilizar a apresentação do Eng. Diego, a qual vocês podem ter acesso em:

http://www.slideshare.net/FabioMontoro/2012-1212cabo-irradianterfs




A apresentação entra em detalhes do funcionamento da solução e dá orientações para projeto de redes sem fio com cabo irradiante.



domingo, 13 de janeiro de 2013

A Rede Interna e os Provedores de Internet



Como duas redes internas se conectam por meio da Internet?


Sua casa, seu escritório ou uma grande corporação como a Petrobrás ou o Facebook são semelhantes nesse aspecto: todos possuem uma rede interna.


 A Internet é um grande conglomerado de provedores de serviço (ISP = Internet Service Provider) interligados, aos quais estão conectadas as redes internas e os dispositivos móveis. Cada provedor possui uma rede própria chamada de Sistema Autônomo (AS = Autonomous System).


A conexão de uma rede interna a um provedor se dá por meio de um acesso de dados, físico ou via rádio (veja matéria anterior), por meio de um equipamento chamado de “roteador de saída” ou “gateway”.


Pela figura vemos que a Rede Interna “A” contratou o Provedor “2” e a Rede Interna “B” contratou o Provedor “3”.


O gateway da rede interna se liga a um dos roteadores do provedor (em vermelho na figura). A partir desse ponto, os dados dessa rede interna podem alcançar qualquer outra rede interna passando por um ou mais ISPs.
O sistema de endereçamento que permite o encaminhamento correto dos dados para o local desejado é parte do protocolo TCP/IP, utilizado pela Internet, onde cada interface física de qualquer equipamento deve ter um endereço IP que a identifique perante a rede.
O endereço IP é formado por quatro números decimais, separados por pontos, que podem ir de zero a 255 (exemplo: 192.168.12.86), representando um único número binário de 32 bits.
Há dois tipos de endereço IP:
  •         Endereço interno (privado)
Somente pode ser utilizado na rede interna. O protocolo IP define três faixas de endereços especialmente reservados para endereçamentos internos, ou seja, o técnico ao ver o endereço IP sabe se é interno ou externo. Desta forma esses endereços podem se repetir em várias redes internas.
  •         Endereço externo (público)
Para ser utilizado na rede externa. Cada endereço IP é único na Internet. Ele identifica exatamente o destinatário.

Quando se contrata um provedor para que a rede interna tenha acesso ao mundo, esse provedor fornece um endereço IP externo que será o endereço externo do gateway (roteador). Cada provedor tem uma cota de endereços para distribuir a seus clientes.
Há duas formas de o provedor atribuir esse endereço IP:
  •         Fixo
O endereço é sempre o mesmo. Uma vez atribuído não muda mais. A vantagem é que essa rede interna pode gerar algum serviço para a Internet, já que possui um endereço fixo e pode ser encontrada sempre no mesmo “lugar”.
  •         Variável (dinâmico) 
O provedor muda o endereço segundo alguma regra dele. Desta forma não há como gerar conteúdo. Um exemplo é quando a localidade deve ser encontrada para fornecer a imagem de uma câmera de vídeo monitoramento. Não há como encontrar a câmera, já que o endereço muda sempre, mas há um serviço de caixa postal, disponível na Internet, que serve de intermediário: o usuário entra em contato com a caixa postal (que possui endereço fixo) que, por sua vez, sabe o endereço da câmera porque fica o tempo todo “perguntando” a ela.  Um exemplo de caixa postal é o DynDNS. Alguns sistemas avançados, como o SIGView da Rhox, também executam essa função.  Esse artifício supera o problema, mas não garante o perfeito desempenho.


O endereço completo de comunicação entre dois pontos usando o protocolo TCP/IP (como é o caso da Internet) é formado por duas partes: IP (32 bits) e TCP (16 bits). Fazendo uma comparação rústica, é como se o endereço IP fosse o endereço de um hotel e o endereço TCP o número da porta do quarto.
Quando um aplicativo da rede interna quer se comunicar com o mundo externo, seu endereço interno deve ser traduzido para endereço externo (público). Esta função é executada pelo roteador. Assim, uma rede interna com um único endereço IP pode ter 64.000 conexões externas, usando o endereço completo com o IP externo.

Segundo a Nation Master atualmente há 12.773 provedores no mundo. Os Estados Unidos lideram, com mais de 50%. Segundo esse mesmo site, há 50 provedores no Brasil.
Outro dado interessante, mas aparentemente desatualizado, fornecido pela Nation Master é a velocidade média de acesso por habitante: o líder é a Dinamarca, com 34,9 Mbps para cada grupo de mil habitantes. Os Estados Unidos está em 23º lugar, com 3,3 Mbps (10 vezes menor que a Dinamarca) e o Brasil, com 149 kbps para cada grupo de mil habitantes, nos coloca na 70º posição do rank.


sábado, 5 de janeiro de 2013

Conexão da rede interna com o mundo






         A conexão da rede interna de qualquer edificação comercial ou residencial, com o mundo, por meio da rede externa de um provedor de serviços de telecomunicações, é uma questão estratégica.



         Queremos serviços de telefonia, acesso à Internet e TV. Esses serviços, quando ofertados de forma integrada por um único provedor, recebem o nome de triple-play.
         Em termos de tecnologia de acesso, temos as seguintes alternativas:
 
1.     Transmissão via cabo metálico, terminado por um modem, normalmente ADSL  ou VDSL (chamados de acesso banda-larga);
2.     Transmissão sem fio via antena, terminada em um modem-rádio ou um receptor VHF ou UHF tradicional;
3.     Transmissão via cabo coaxial, terminada em um modem coaxial;
4.     Transmissão via fibra óptica, terminada em um modem óptico;
 
            Aqui cabe uma observação: o termo “banda larga”, usado para se referenciar aos acessos ADSL ou VDSL (xDSL) reflete uma “opinião”.   Larga em relação a quê?  Os marqueteiros dão nomes aos seus produtos com o objetivo de promovê-los. Os nomes pegam e o consumidor acaba se perdendo sobre o verdadeiro escopo do serviço. Bem, a tecnologia anterior era a do modem analógico para linha telefônica, que atingiu seu limite em 34,6 kbps ( Recomendação V.34 do ITU-T ). A velocidade do VDSL, que chega a 50 Mbps, é 1.400 vezes maior que a do modem analógico, justificando então o nome “banda larga”.

            Se a velocidade mais utilizada pelos xDSL é de 5 Mbps e é chamada de “banda larga”, imagine então a transmissão pela fibra óptica que, no acesso a uma edificação, já chega a 1 Gbps, ou 200 vezes maior que a velocidade média do xDSL ou ainda, quase 30.000 vezes maior que a do modem analógico?

            A propósito, o roteador tecnicamente é um dispositivo distinto do modem: as funções do modem se restringem às camadas 1 e 2 do modelo OSI; o roteador opera nas camadas 3 e 4. Comercialmente há equipamentos que executam as duas funções: é um modem com roteador ou um roteador com modem?  Eu prefiro chamar de modem com roteador, já que a função primária é a de modem, iniciando pela camada 1, ou seja, o modem-roteador faz algo a mais e já entrega os dados para a rede local processados na camada 3 ou superior. O modem-roteador é mais comum em equipamentos de baixo custo para uso residencial ou pequenos escritórios e, como nada vem de graça na vida, sua função de roteamento geralmente é bem limitada.

             O Google acaba de instalar uma rede piloto na cidade de Kansas City, Estados Unidos, em fibra óptica, com acesso a 1 Gbps. Vai oferecer um serviço denominado Google Fiber, que agrega de Internet, TV e armazenamento de dados em três pacotes:

1)    R$ 0,00       Internet @ 5 Mbps (paga só a instalação)
2)    R$ 150,00   Internet @ 1 Gbps + 1 TByte (armaz)
3)    R$ 300,00   Internet @ 1 Gbps + 1 TByte (armaz) + TV

             Então, o Google disse que seu serviço opera em “Ultra Alta Velocidade” para destacá-lo em relação à geração anterior (banda larga). Vai pegar?