Que
o subsistema CFTV deve ser contemplado no projeto OSD (One Shot Design), é
fato. Mas como?
Como
escolher a tecnologia e o posicionamento das câmeras?
CFTV
não é um projeto que deve ser executado por um especialista?
Estas
perguntas se justificam, uma vez que a metodologia OSD é recente e se propõe a dar
suporte a todas as comunicações internas da edificação, incluindo o CFTV, é
claro.
O
projeto OSD traz ganhos de qualidade e eficiência pela visão geral dos
subsistemas e o relacionamento entre eles, mas traz também um aumento na complexidade
do projeto.
Da
mesma forma que um projetista de cabeamento estruturado tradicional não precisa
entender detalhadamente como funciona a interface de rede Ethernet, o
projetista OSD não precisa ser um especialista em CFTV a ponto de conhecer
detalhes das câmeras, sistemas de gravação, softwares e configurações. Ele precisa
conhecer apenas os princípios básicos de CFTV, como resolução e definição de imagem,
iluminação, tipos de câmeras e as técnicas de posicionamento de câmeras.
Quanto
à tecnologia, a escolha basicamente será focada no tipo do cabeamento a utilizar:
UTP, F/UTP (blindado), fibra óptica ou coaxial.
A
padronização do cabeamento em par trançado de cobre facilitou muito as coisas.
Um cabeamento estruturado em cobre também atende aos sistemas analógicos por
meio do uso de baluns, a decisão praticamente fica em cima do cabo UTP, a menos
que algum requisito especial justifique utilizar cabo blindado ou fibra óptica.
Resta ao projetista então escolher a categoria do cabeamento.
Quanto
ao posicionamento das câmeras, o projetista fará as escolhas partindo do
entendimento do negócio do cliente e seus requisitos de segurança.
A
maioria das perguntas, consideradas fundamentais para o projeto CFTV, não
precisam ser respondidas pelo projetista OSD, tais como: qual tipo de câmera,
como será feita a gravação, se será utilizada análise de vídeo, qual será o
software, etc, se ele estiver envolvido apenas na infraestrutura de cabeamento.
O
projetista OSD deve considerar que o subsistema será montado com câmeras cujas
características ópticas são normais, ou seja, são equipadas com objetivas
normais (nem grande angular, nem teleobjetiva).
Esta
premissa levará a um projeto adequado, mantendo a possibilidade de utilizar câmeras
com objetivas especiais. Obviamente o projetista pode prever alguns pontos
especiais, por exemplo, para instalar câmeras com objetivas do tipo olho-de-peixe,
em função dos requisitos do negócio do cliente.
São
quatro as premissas básicas para se posicionar uma câmera:
a) Cobrir as fronteiras de acesso de
pessoas e veículos;
b) Cobrir os bens de valor;
c) Cobrir as áreas que demandam
segurança e necessidade de conferir comportamentos;
d) Cobrir os cenários a serem
gerenciados visualmente.
A
partir das premissas básicas, da avaliação da iluminação dos cenários e dos
requisitos de definição das imagens, o projetista demarca os pontos.
Como em qualquer tipo de
projeto, apesar de seguir os requisitos do proprietário, há projetistas com postura
mais conservadora que outros. A questão da prioridade também sofre certa influência
do estilo do projetista, que pode enfatizar a flexibilidade ou o custo. Por
exemplo, mais pontos de rede para câmeras dá mais flexibilidade, porém sobe o
custo. Um aspecto importante a considerar nessa relação entre flexibilidade e
custo é a tolerância do negócio a obras invasivas, como seria o caso da adição
de pontos de rede.
Outro aspecto a ser avaliado é
a possibilidade da instalação de câmeras embutidas que podem exigir adequações
especiais na estrutura da edificação, cujo trabalho deve ser conduzido em
conjunto com o arquiteto responsável.
Uma
vez definidos esses pontos, as próximas etapas do processo do projeto CFTV podem
ser executadas por outro profissional. Entretanto, um projetista mais completo
será capaz de executar o trabalho inteiro.
Portanto,
o subsistema CFTV estará contemplado no projeto OSD como pontos do sistema de cabeamento,
destinados à instalação de câmeras.
Parabéns pelo post.
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Obrigado, Tatiana
ExcluirFabio, como projetista, agradeço a publicação. Confesso que a nomenclatura OSD é nova para meu vocabulário.
ResponderExcluirQuais são as atribuições de subsistemas que devem ser planejadas, quando tratarmos um projeto com conceito OSD?
Fabio Novaes
Prezado Novaes,
ExcluirOs subsistemas a serem planejados são:
1) Telefonia (telefone analógico, telefone digital, PABX)
2) Computadores (Switch, roteador)
3) Interfone, sinalização e chamada (central de interfonia)
4) CATV (Antena, amplificador de vídeo, mixer de vídeo)
5) CFTV (Concentrador CFTV, storage, câmera de vídeo)
6) Redes sem fio (transmissor wireless, controlador wireless, antenas, cabo irradiante, DAS)
7) Controle de acesso, detecção de intrusão e alarme (sensores, controlador de acesso, leitor biométrico, catraca, cancela, painel de controle)
8) Detecção e alarme de incêndio (sensores, central incêndio)
9) Sonorização ambiental (mixer, processador de áudio, amplificador, sonofletores)
10) Controle ambiental de temperatura e umidade (sensores, termômetros)
11) Controle de energia elétrica (pulsador, tela touch, central de automação, iluminação de emergência, cortinas)
No artigo de 9-julho-2012, "O que é One Shot Design?" há um breve resumo sobre a metodologia. Uma descrição mais detalhada pode ser encontrada no livro "Telecomunicações em Edifícios" da editora PINI:
http://construcao-engenharia-arquitetura.lojapini.com.br/pini/vitrines/detalhes/Detalhe31015.asp
Veja a postagem de hoje.