domingo, 19 de maio de 2013

CFTV e o projeto OSD




       Que o subsistema CFTV deve ser contemplado no projeto OSD (One Shot Design), é fato. Mas como?
      Como escolher a tecnologia e o posicionamento das câmeras?
   CFTV não é um projeto que deve ser executado por um especialista?

      Estas perguntas se justificam, uma vez que a metodologia OSD é recente e se propõe a dar suporte a todas as comunicações internas da edificação, incluindo o CFTV, é claro.
      O projeto OSD traz ganhos de qualidade e eficiência pela visão geral dos subsistemas e o relacionamento entre eles, mas traz também um aumento na complexidade do projeto.
      Da mesma forma que um projetista de cabeamento estruturado tradicional não precisa entender detalhadamente como funciona a interface de rede Ethernet, o projetista OSD não precisa ser um especialista em CFTV a ponto de conhecer detalhes das câmeras, sistemas de gravação, softwares e configurações. Ele precisa conhecer apenas os princípios básicos de CFTV, como resolução e definição de imagem, iluminação, tipos de câmeras e as técnicas de posicionamento de câmeras.
     Quanto à tecnologia, a escolha basicamente será focada no tipo do cabeamento a utilizar: UTP, F/UTP (blindado), fibra óptica ou coaxial.
   A padronização do cabeamento em par trançado de cobre facilitou muito as coisas. Um cabeamento estruturado em cobre também atende aos sistemas analógicos por meio do uso de baluns, a decisão praticamente fica em cima do cabo UTP, a menos que algum requisito especial justifique utilizar cabo blindado ou fibra óptica. Resta ao projetista então escolher a categoria do cabeamento.
    Quanto ao posicionamento das câmeras, o projetista fará as escolhas partindo do entendimento do negócio do cliente e seus requisitos de segurança.
    A maioria das perguntas, consideradas fundamentais para o projeto CFTV, não precisam ser respondidas pelo projetista OSD, tais como: qual tipo de câmera, como será feita a gravação, se será utilizada análise de vídeo, qual será o software, etc, se ele estiver envolvido apenas na infraestrutura de cabeamento.
   O projetista OSD deve considerar que o subsistema será montado com câmeras cujas características ópticas são normais, ou seja, são equipadas com objetivas normais (nem grande angular, nem teleobjetiva).  
    Esta premissa levará a um projeto adequado, mantendo a possibilidade de utilizar câmeras com objetivas especiais. Obviamente o projetista pode prever alguns pontos especiais, por exemplo, para instalar câmeras com objetivas do tipo olho-de-peixe, em função dos requisitos do negócio do cliente.
    São quatro as premissas básicas para se posicionar uma câmera:
a)     Cobrir as fronteiras de acesso de pessoas e veículos;
b)    Cobrir os bens de valor;
c)     Cobrir as áreas que demandam segurança e necessidade de conferir comportamentos;
d)    Cobrir os cenários a serem gerenciados visualmente.

      A partir das premissas básicas, da avaliação da iluminação dos cenários e dos requisitos de definição das imagens, o projetista demarca os pontos.
   Como em qualquer tipo de projeto, apesar de seguir os requisitos do proprietário, há projetistas com postura mais conservadora que outros. A questão da prioridade também sofre certa influência do estilo do projetista, que pode enfatizar a flexibilidade ou o custo. Por exemplo, mais pontos de rede para câmeras dá mais flexibilidade, porém sobe o custo. Um aspecto importante a considerar nessa relação entre flexibilidade e custo é a tolerância do negócio a obras invasivas, como seria o caso da adição de pontos de rede.
      Outro aspecto a ser avaliado é a possibilidade da instalação de câmeras embutidas que podem exigir adequações especiais na estrutura da edificação, cujo trabalho deve ser conduzido em conjunto com o arquiteto responsável.
    Uma vez definidos esses pontos, as próximas etapas do processo do projeto CFTV podem ser executadas por outro profissional. Entretanto, um projetista mais completo será capaz de executar o trabalho inteiro.
       Portanto, o subsistema CFTV estará contemplado no projeto OSD como pontos do sistema de cabeamento, destinados à instalação de câmeras.



4 comentários:

  1. Parabéns pelo post.
    http://mamaeresolvereparos.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Fabio, como projetista, agradeço a publicação. Confesso que a nomenclatura OSD é nova para meu vocabulário.
    Quais são as atribuições de subsistemas que devem ser planejadas, quando tratarmos um projeto com conceito OSD?

    Fabio Novaes

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Prezado Novaes,

      Os subsistemas a serem planejados são:
      1) Telefonia (telefone analógico, telefone digital, PABX)
      2) Computadores (Switch, roteador)
      3) Interfone, sinalização e chamada (central de interfonia)
      4) CATV (Antena, amplificador de vídeo, mixer de vídeo)
      5) CFTV (Concentrador CFTV, storage, câmera de vídeo)
      6) Redes sem fio (transmissor wireless, controlador wireless, antenas, cabo irradiante, DAS)
      7) Controle de acesso, detecção de intrusão e alarme (sensores, controlador de acesso, leitor biométrico, catraca, cancela, painel de controle)
      8) Detecção e alarme de incêndio (sensores, central incêndio)
      9) Sonorização ambiental (mixer, processador de áudio, amplificador, sonofletores)
      10) Controle ambiental de temperatura e umidade (sensores, termômetros)
      11) Controle de energia elétrica (pulsador, tela touch, central de automação, iluminação de emergência, cortinas)

      No artigo de 9-julho-2012, "O que é One Shot Design?" há um breve resumo sobre a metodologia. Uma descrição mais detalhada pode ser encontrada no livro "Telecomunicações em Edifícios" da editora PINI:
      http://construcao-engenharia-arquitetura.lojapini.com.br/pini/vitrines/detalhes/Detalhe31015.asp
      Veja a postagem de hoje.

      Excluir