O que acontece com o desempenho da transmissão de dados em um
cabo metálico quando ele fica em contato permanente com a água ou em ambiente com
alta umidade?
Sabemos que a água é um excelente isolante, mas isso vale
apenas para a água pura, aquela obtida pela destilação, por exemplo. A água
encontrada na natureza possui contaminação de diversas substâncias, o que a
torna um condutor, cujas propriedades dependem da composição dessa
contaminação.
O material plástico normalmente utilizado na capa externa dos
cabos de rede é o PVC (http://pt.wikipedia.org/wiki/Policloreto_de_vinila).
Esses cabos são apropriados para uso em ambiente interno e seco, pois o PVC
absorve água.
Quando o cabo com capa de PVC entra em contato com a água, sofre
um aumento em sua capacitância mútua, provocando uma degradação do canal. Por
exemplo, um cabo de rede em par trançado metálico pode ter sua capacitância
mútua de 60 nF/km (valor próximo dos encontrados nesse tipo de cabo) dobrada, o
que praticamente vai corresponder a um canal com o dobro do comprimento. Se o
enlace fixo tiver, por exemplo, 60 metros, o resultado seria equivalente a um
canal de 120 metros, contrariando a norma, cujo máximo é 90 metros. Essa situação
pode levar a uma alta taxa de erro que prejudicará ou até impedirá a
comunicação.
Um cabo molhado pode também sofrer redução em sua
velocidade de propagação, fato que pode invalidar as certificações realizadas
com instrumentos do tipo TDR (reflectômetro no domínio do tempo). Se a
contaminação ocorrer apenas em algum ponto específico da tubulação, o teste com
o TDR pode determinar essa posição.
Um cabo apropriado para uso externo deve ser especificado
nesses casos, pois certamente terá isolamentos mais resistentes à água. O uso
de cabo óptico também deve ser considerado.
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