Figura 1: Conector GG45
- Nexans
Sem dúvidas, hoje, o cabeamento em par trançado de cobre,
categorizado, é a base da infraestrutura das redes internas nas edificações.
As duas organizações que exercem maior influência
internacionalmente, com suas normas sobre cabeamento estruturado, são a ISO/IEC e a TIA. A primeira na Europa e a segunda nos Estados Unidos. Aqui no
Brasil a ABNT tende a seguir a ISO/IEC.
A ISO/IEC define Classes
de cabeamento e a TIA define Categorias.
A tabela 1 mostra as que já foram publicadas, incluindo a posição da norma
brasileira NBR-14565.
Categoria
TIA-568
|
Classe
ISO-11801
|
Banda
[MHz]
|
TIA
|
ISO
|
NBR
|
Blindagem
|
|
-
|
A
|
0,1
|
-
|
sim
|
sim
|
UTP
|
|
-
|
B
|
1
|
-
|
sim
|
sim
|
UTP
|
|
3
|
C
|
16
|
sim
|
sim
|
sim
|
UTP
|
|
5e
|
D
|
100
|
sim
|
sim
|
sim
|
UTP
|
|
F/UTP
|
|||||||
6
|
E
|
250
|
sim
|
sim
|
sim
|
UTP
|
|
F/UTP
|
|||||||
6A
|
EA
|
500
|
sim
|
sim
|
-
|
UTP
|
|
F/UTP
|
|||||||
7
|
F
|
600
|
-
|
sim
|
sim
|
F/FTP
|
|
S/FTP
|
|||||||
7A
|
FA
|
1000
|
-
|
sim
|
-
|
S/FTP
|
Tabela 1: Categoria de cabos com 4 pares de cobre trançados
O subcomitê TR-42.7 da TIA (estuda cabeamento em cobre) aprovou,
em reunião no final do ano passado, que o nome do próximo sistema
de cabeamento em par trançado, com o objetivo de suportar 40 Gbps, será “Categoria 8” e será publicada
como Adendo 1 da TIA-568-C.2.
Ao mesmo tempo, no cenário dos equipamentos ativos, uma força
tarefa da IEEE tem a missão de definir o padrão 40GbaseT, a ser publicado como
a norma 802.3bq (40 Gbps em 30 m de cabo de cobre).
Os dois trabalhos, do passivo e do ativo, correm em paralelo,
mas nada foi definido, além dos nomes. Há que se definir a codificação de
linha, o baud rate, entre outros aspectos.
A transmissão nessa taxa é
extremamente difícil e crítica para a base de conhecimento atual, entretanto o
padrão em 40 Gbps se faz necessário principalmente para os Data Centers onde a
eficiência é fundamental. Há uma linha de pensamento sugerindo que o
comprimento do enlace fixo seja de 26 metros e o canal tenha no máximo 30
metros, considerando dois patch cords de dois metros. Esse comprimento tem uma
explicação: é o suficiente para atender o cabeamento entre o switch central
instalado no final do corredor (EoR = End of Row) e o switch no rack mais
distante (ToR = Top of Rack). Considerando no máximo 20 racks no corredor, três
metros de subida e três de descida, chega-se aos 26 metros.
Outra discussão que vai longe é a especificação do conector
para 40 Gbps. A figura 1 ilustra um sistema de conectores GG-45, categoria 7A, lançado
pela Nexans para suportar 40 Gbps.
Dessa forma, para um Data Center não seria preciso mais do
que 30 metros de canal, o que pode viabilizar a norma e economizar energia, já
que o transmissor só precisaria atingir 30 metros e não 100.
A ISO/IEC também está preparando a nova revisão de sua norma
e há um esforço em alinhar as duas vertentes: ISO/IEC e TIA. Como são duas
organizações essa denominação pode gerar um bocado de confusão, a tomar por
base os trabalhos iniciais da TIA que especifica parâmetros de desempenho para
a categoria 8 inferiores aos da categoria 7A.
A meta do IEEE é publicar o padrão em fevereiro de 2016. Antes
disso não há como dizer se algum sistema passivo vai suportar o novo padrão. É
preciso cuidado ao se afirmar que um sistema passivo suporta 40 Gbps, uma vez
que a caracterização do sinal e a especificação da interface física ainda não
estão padronizadas. Então é preciso citar a qual interface está se referindo, já
que alguns fabricantes de ativos já possuem suas soluções proprietárias.