domingo, 24 de março de 2013

Fibra Óptica - teste


A conclusão do artigo anterior é que os cabos de uma rede interna devem ser especificados com base em uma análise global, visando sempre o negócio do cliente. Em outras palavras, temos que saber quais sinais serão transmitidos em cada segmento de cabo da rede, definindo quais serão as respectivas taxas máximas de transmissão de dados.

O projeto pode incluir enlaces ópticos para transmissão de dados a 1 Gbps, 10 Gbps ou 40 Gbps, por exemplo, e as distâncias podem variar de algumas dezenas de metros até quilômetros.

Os enlaces ópticos devem ser testados após a instalação, a fim de verificar os principais parâmetros que indicarão a conformidade com o projetado.

O principal teste é o de atenuação do enlace, também chamado de teste da perda por inserção, conduzido com um medidor de potência (Power Meter), para os comprimentos de onda de 1310 e 1550 nm.

Em seguida, dois testes se tornam importantes quando a distância é grande (digamos, acima de 20 km) ou quando o enlace vai transmitir em taxas iguais ou superiores a 10 Gbps. São os testes de perda de retorno e verificação de emendas e conexões, que podem ser conduzidos com um reflectómetro óptico no domínio do tempo (OTDR: Optical Time Domain Reflectometer), como o ilustrado pela figura 1.


Figura 1: OTDR modelo MTS-5000

O OTDR emite um pulso de luz em uma das extremidades do enlace e observa as reflexões. Quando a luz que se propaga pelo cabo encontra uma alteração, como uma emenda ou uma conexão, há uma atenuação abrupta e no caso de uma conexão há normalmente um fenômeno associado formando um pico na curva de atenuação. A figura 2 ilustra como esses eventos aparecem na tela de um OTDR, com as respectivas distâncias em que ocorreram.



 Figura 2: Resultado ilustrativo de um teste com o OTDR

Com o teste do OTDR é possível mapear cada enlace óptico e certificar sua integridade para a transmissão projetada.
Outros testes podem ser necessários, como a dispersão por polarização e a dispersão cromática, dependendo da aplicação do enlace óptico, exigindo outros instrumentos de teste.
Concluindo, a mensagem que pretendo passar com esta publicação é que o entendimento do negócio do cliente é fundamental para se definir a solução adequada. Em seguida um projeto integrado vai permitir custo menor com menos erros. Finalmente, o integrador responsável pela instalação deve estar capacitado a testar e certificar o sistema.
Pra fechar o assunto, vale lembrar que um teste nunca deve ser feito: olhar a saída da fibra ou do conector terminado, pra ver se está chegando alguma transmissão. Isso pode causar danos à visão.

domingo, 17 de março de 2013

Fibra Óptica ou Cabo de Cobre?


A fibra óptica é um filete de vidro ou plástico que guia a luz, mesmo quando curvado (há um limite para essa curvatura). Esse filete é chamado de núcleo da fibra e possui um diâmetro de 9 µm (nove milionésimos de metro) para a fibra do tipo monomodo e 62,5 µm ou 50 µm para as fibras do tipo multimodo.
Uma casca (cladding) em torno do núcleo ajuda a manter a luz confinada no núcleo, mesmo nas curvas. Uma proteção, um elemento estrutural e a capa, normalmente de PVC, completam a estrutura do cabo.


A pergunta sobre o que é melhor usar, fibra óptica ou cobre, sempre surge ao se discutir com o cliente um projeto de rede interna, principalmente quando o porte, ultrapassa, digamos, dois mil pontos de rede.

Normalmente, por traz da pergunta está a questão do custo.
Há uma tendência em se comparar apenas os preços dos cabos de fibra óptica e cobre, o que pode levar a uma avaliação equivocada da melhor solução, já que a diferença do preço por metro das duas alternativas não é muito grande.
De fato há vantagens para a transmissão em fibra óptica em relação ao cabo de cobre, que são:
  • Maior velocidade de transmissão de dados;
  • Permite enlace com maior distância;
  • É imune a interferências eletromagnéticas externas;
  • Não gera ruído eletromagnético para o ambiente;
  • Isola eletricamente os dois equipamentos interligados;
  • Menor consumo de energia nos equipamentos ativos.

A visão da melhor solução somente fica clara com uma análise global, que considere o cabeamento, a topologia, os equipamentos ativos e as particularidades da edificação, como sua finalidade, arquitetura, ocupação, etc.
É preciso avaliar a relação benefício/custo sempre com foco no negócio do proprietário. As vantagens de cada tipo de cabo (benefício), os respectivos custos e os requisitos do proprietário, estabelecem os cenários a serem considerados.
Um enlace de fibra óptica pode custar R$ 1.000,00 a mais que um enlace de cobre, quando se considera também o custo dos equipamentos ativos, interfaces, conectores e serviços.
Além dos aspectos citados, as várias classificações tanto do cabo óptico (OM1, OM2, OM3 e OM4) quanto do cabo em par trançado de cobre (categoria 5e, categoria 6, categoria 6A) devem ser adequadamente consideradas no projeto a fim de realmente chegar perto da solução de melhor relação benefício/custo.
Quando se considera o uso de fibra óptica, sob a ótica do cabeamento estruturado, o profissional está focado na parte de transmissão de dados e voz, normalmente sob a forma digital. Entretanto outros subsistemas, como CFTV, CATV e áudio adicionam variáveis que não contempladas.
A metodologia OSD, “One Shot Design”, por buscar a solução integrada contemplando todos os subsistemas, invariavelmente leva a uma solução melhor.
Quem estiver interessado em ver um pouco mais sobre aspectos básicos da fibra óptica, pode dar uma olhada na apresentação que fiz no curso de engenharia do IESB e postei no SlideShare:  

segunda-feira, 11 de março de 2013

Sala de Equipamentos


A cada dia que passa a informação precisa ser entregue com maior rapidez e precisão. Os equipamentos de armazenamento de informação, Storage, e os processadores das requisições, os Servidores, ocupam papel de destaque nessa trajetória. A Sala de Equipamentos de uma corporação, ER ou Equipment Room, parte integrante e fundamental da sua rede interna, a cada dia que passa merece mais atenção: acomodar e manter os equipamentos que armazenam os dados e sistemas de processamento é missão crítica.

O Google, por exemplo, investiu um milhão de dólares em infraestrutura de dados (Data Center) somente nos últimos quatro meses.


Uma das dez regras divulgadas pelo Google como fundamentais na missão de construir uma infraestrutura de data center é: “É melhor fazer a coisa realmente muito, mas muito bem

domingo, 3 de março de 2013

Importância do Projeto do Sistema de Áudio e Vídeo


O segmento de áudio e vídeo, conhecido pelos profissionais simplesmente como AV, ocupa espaço próprio entre os 12 subsistemas de comunicação interna nas edificações e é tratado em inúmeras publicações especializadas que abordam o projeto e a instalação,

Segundo o Guia “Audiovisual Best Practices” (Guia de melhores práticas para projeto e instalação de sistema audiovisuais) publicado pela InfoComm (USA), o projeto corresponde a apenas 3% do montante gasto em uma instalação audiovisual completa, tomando como base o mercado americano. No Brasil esse número deve ser bem menor, mas não disponho de estatística para afirmar.

Apesar de o projeto ser elemento importantíssimo no processo, está longe de ser a maior fatia financeira.

A vantagem do projeto OSD (One Shot Design) é que ele já incorpora automaticamente as questões de áudio e vídeo da edificação, reduzindo ainda mais aquele percentual levantado pela Infocomm.

As mudanças tecnológicas que levaram também o áudio para o mundo digital induzem a se pensar em tudo de forma integrada.

O projeto de áudio ficou mais complexo após o lançamento do processador digital de sinais de áudio. A mesa de mixagem Soundcraft ilustrada na foto pode dar uma idéia.

 
A variedade de produtos, fabricantes e soluções pode levar o usuário a decisões equivocadas sem um projeto. Digo ainda que, no cenário atual, se o projeto não estiver alinhado com os demais subsistemas, há risco de um resultado inadequado.

Conclusões:

1       O projeto é importante. Economize em outra parte.

2       Procure entender o valor e a ordem de grandeza do serviço que você precisa.

3       Selecione a empresa fornecedora pela competência e qualidade.

4       Negocie o preço justo.